Rio de Janeiro enfrenta operação policial mais letal da história do estado

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10/28/2025

Para matéria atualizada, clique aqui: Megaoperação no Rio: 115 corpos de suspeitos são identificados; confronto deixa 121 mortos

Megaoperação policial e guerra urbana deixam mais de 60 mortos

Na terça-feira (28), o Rio de Janeiro viveu um verdadeiro cenário de guerra com uma megaoperação policial contra o crime organizado, considerada a mais letal da história do estado. Ao todo, mais de 60 pessoas morreram, incluindo quatro policiais, enquanto ruas foram bloqueadas e serviços interrompidos.

Operação Contenção e combate ao Comando Vermelho

A ação faz parte da Operação Contenção, iniciativa permanente do governo estadual para combater o avanço do Comando Vermelho (CV) em territórios fluminenses. Esta fase contou com um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar cumpriram 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes (Belão do Quitungo) e Nicolas Fernandes Soares, operador financeiro do CV, além de outros chefes da facção.

Armas, barricadas e resistência dos criminosos

Ao chegarem aos complexos do Alemão e da Penha, os policiais encontraram forte resistência, com tiros e barricadas incendiadas. Foram apreendidos 75 fuzis, duas pistolas, nove motos e uma grande quantidade de drogas ainda não contabilizada.

As comunidades afetadas abrigam cerca de 280 mil pessoas, e a operação trouxe caos e insegurança, com ruas bloqueadas por veículos e entulhos, incluindo importantes vias de acesso, como a Avenida 20 de Janeiro, que leva ao Aeroporto do Galeão.

Caos no Grande Rio e impactos na população

O Centro de Operações e Resiliência (COR) colocou a cidade em Estágio 2 de alerta, suspendendo atividades administrativas da Polícia Militar e mobilizando todo o efetivo. Escolas, universidades e comércios fecharam as portas, e 49 escolas públicas não abriram. Além disso, linhas de ônibus tiveram itinerários alterados devido ao uso de veículos como barricadas pelos criminosos.

Em hospitais, agentes comunitários relataram corpos espalhados pelas ruas e dificuldade de acesso para transporte de feridos e mortos, gerando apreensão nas famílias.

Declarações do governo do RJ e federal

O governador Cláudio Castro afirmou que o governo federal negou apoio para a operação, e que o estado atuou sozinho. Segundo ele, o uso de blindados das Forças Armadas só é permitido em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), decretadas pelo presidente.

O secretário de Segurança, Victor Santos, reforçou que o RJ não tem condições de enfrentar sozinho o crime organizado, citando território urbano de 9 milhões de metros quadrados dominado por criminosos.

Em resposta, o Ministério da Justiça destacou que a Força Nacional já prestou apoio em diversas ocasiões, mas que não houve pedido formal nesta operação. O ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que a segurança pública é responsabilidade dos governadores, e que é necessária coordenação e planejamento com forças federais.

Conclusão: operação histórica e desafios da segurança pública

A operação reforça a gravidade do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro e evidencia a complexidade da segurança pública, envolvendo tráfico, armas, drogas e ausência do Estado em territórios dominados por facções. O episódio acende alertas sobre necessidade de apoio federal e ações coordenadas, enquanto a população vive dias de tensão e incerteza.

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