Lula e Donald Trump se reúnem para discutir suspensão de tarifas e fortalecimento das relações comerciais

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10/25/2022

Neste domingo (26), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump deram início às negociações para revisar as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O encontro ocorreu em Kuala Lumpur, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), e foi descrito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como “muito positivo e produtivo”.

O que foi discutido na reunião entre Lula e Trump

O principal tema do encontro foi a retirada ou suspensão temporária das tarifas impostas às exportações brasileiras. Lula pediu a Trump que a taxação seja suspensa enquanto durar o processo de negociação. Segundo Vieira, o pedido foi bem recebido, e o presidente norte-americano se mostrou disposto a iniciar um diálogo bilateral direto.

“Esperamos, em poucas semanas, concluir uma negociação que trate de cada um dos setores afetados pelas tarifas americanas”, afirmou Vieira.

O primeiro encontro técnico entre as equipes de negociação de ambos os países deve ocorrer na segunda-feira (27). A expectativa é definir um cronograma de trabalho e os setores prioritários para revisão tarifária.

Além disso, Trump manifestou interesse em visitar o Brasil, enquanto Lula aceitou o convite para uma futura viagem aos Estados Unidos, reforçando o compromisso de estreitar laços políticos e econômicos.

Situação do ex-presidente Bolsonaro

Vieira ressaltou que o encontro entre os dois líderes não abordou a situação atual do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, Lula apenas mencionou o que considera uma aplicação injusta da Lei Magnitsky contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizando que os ministros seguiram o devido processo legal e que, em suas palavras, “não existe qualquer tipo de perseguição política ou jurídica”.

Déficit comercial e justificativas das tarifas

O governo brasileiro reforçou que o Brasil tem déficit na balança comercial com os Estados Unidos, o que enfraquece o argumento usado por Washington para aplicar tarifas a outros países. O secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, destacou que as tarifas não se justificam no caso brasileiro, pois o país importa mais dos EUA do que exporta.

Cooperação e mediação com a Venezuela

Outro ponto relevante da conversa foi a disposição do Brasil em atuar como mediador entre os EUA e a Venezuela, buscando reaproximar os países e contribuir para soluções diplomáticas. Trump teria agradecido a iniciativa e sinalizado apoio à proposta.

Um novo capítulo nas relações Brasil-EUA

O início das negociações representa um marco importante para o comércio bilateral. Caso a suspensão das tarifas seja confirmada, o Brasil poderá fortalecer suas exportações e abrir caminho para novos acordos estratégicos em setores como minerais críticos, energia e tecnologia.

Essa aproximação sinaliza um esforço mútuo para reequilibrar as relações e gerar benefícios concretos para ambas as economias.

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